Como as ISTs afetam a gestação? - Dr. Alison Moriyama

O que são as ISTs?

Informações importantes com Dr. Alison Moriyama – Ginecologia e Saúde da Mulher

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são um grupo de doenças que podem ser transmitidas através do contato sexual. Elas são causadas por vírus, bactérias e parasitas, e, se não tratadas adequadamente, podem levar a complicações graves para a saúde sexual e reprodutiva. Algumas das ISTs mais comuns incluem o HIV, sífilis, gonorreia, clamídia, herpes genital e o HPV.

Durante a gestação, as ISTs podem ter repercussões sérias tanto para a mãe quanto para o bebê. Por isso, o diagnóstico precoce e o acompanhamento com um obstetra especializado são fundamentais para garantir a saúde de ambos.

Quem deve se preocupar com as ISTs?

Qualquer pessoa sexualmente ativa está sujeita a contrair ISTs. Porém, algumas situações exigem mais atenção, como:

• Mulheres grávidas: O risco de transmissão para o bebê é maior durante a gestação e o parto.
• Pessoas com múltiplos parceiros sexuais: A probabilidade de exposição a ISTs aumenta com a quantidade de parceiros não protegidos.
• Parceiros de pessoas diagnosticadas com ISTs: A pessoa que tem um parceiro com IST deve se submeter a exames periódicos.
• Indivíduos que não utilizam preservativos: O uso de preservativos é uma das formas mais eficazes de prevenção contra as ISTs.

A prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são as principais estratégias para evitar complicações associadas às ISTs.

Como as ISTs afetam a gestação?

Durante a gravidez, a presença de uma IST pode aumentar o risco de complicações, tanto para a gestante quanto para o bebê. Entre os problemas mais comuns causados por ISTs na gestação, estão:

• Prematuridade: Algumas ISTs podem aumentar o risco de parto prematuro, como é o caso da gonorreia e da clamídia.
• Infecções no bebê: Infecções como sífilis e herpes genital podem ser transmitidas ao bebê durante o parto e causar malformações, cegueira, surdez e até a morte fetal.
• Infecções no trato urinário: ISTs como a clamídia podem predispor à infecção urinária, que pode afetar a saúde da gestante.
• Abortamento espontâneo: Algumas infecções, como o HIV, podem aumentar o risco de aborto espontâneo se não tratadas.
• Baixo peso ao nascer: O HIV e a sífilis podem afetar o desenvolvimento do bebê, resultando em baixo peso ao nascimento.

É por isso que o acompanhamento médico durante a gestação, com a realização de exames para detecção precoce dessas infecções, é crucial. Mulheres grávidas devem informar seu obstetra sobre qualquer histórico de ISTs ou sintomas suspeitos.

Diagnóstico e condutas nas ISTs

O diagnóstico de ISTs é feito por meio de exames laboratoriais específicos. A conduta depende do tipo de infecção e da fase da gestação em que a mulher se encontra. O tratamento geralmente envolve:

• Antibióticos: Para ISTs bacterianas como a clamídia, gonorreia e sífilis. É importante seguir a orientação médica rigorosamente para evitar complicações.
• Antivirais: No caso de infecções virais como o herpes genital, medicamentos antivirais são utilizados para reduzir a replicação do vírus e aliviar os sintomas.
• Monitoramento contínuo: Mulheres com HIV, por exemplo, devem ser acompanhadas com maior frequência, com a realização de exames para monitorar a carga viral e a resposta ao tratamento.

O tratamento das ISTs na gravidez é seguro e deve ser orientado por um obstetra experiente, que poderá avaliar o risco para a gestante e para o bebê e garantir o melhor desfecho possível.

Riscos de não tratar as ISTs durante a gestação

A falta de diagnóstico e tratamento adequado das ISTs durante a gravidez pode resultar em sérias complicações, como:

• Risco de transmissão para o bebê: O bebê pode ser infectado durante o parto ou por via placentária, dependendo da IST. Isso pode resultar em sérios problemas de saúde para o recém-nascido, como malformações, cegueira, surdez, entre outros.
• Parto prematuro: Algumas infecções podem provocar o rompimento precoce da bolsa amniótica, aumentando o risco de parto prematuro.
• Infecção grave: A infecção no útero pode se espalhar para outras partes do corpo, afetando a saúde da gestante e aumentando a necessidade de tratamentos invasivos, como cesariana.
• Aumento da mortalidade neonatal: Em casos graves, a infecção não tratada pode levar ao falecimento do bebê.

Portanto, realizar os exames pré-natais adequados, seguir as orientações médicas e tratar qualquer IST diagnosticada com urgência são medidas fundamentais para a saúde da gestante e do bebê. O acompanhamento com um obstetra experiente é essencial para garantir um acompanhamento seguro durante toda a gestação.